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segunda-feira, 2 de julho de 2012

Qual é a religião que dá mais consolo às pessoas que perdem entes queridos?


 Assisti um programa hoje num canal de televisão que deu muito que pensar sobre espiritualidade. Estavam reunidos: um espiritualista, um católico carismático, dois médicos, uma jovem ecumênica. 

  Falavam sobre um tema muito polemico: pessoas que morrem de forma abrupta e súbita. 

 Pensei que, espíritos de luz também estariam presentes nesse programa. Por que estariam? Porque a televisão alcança muitas pessoas e a televisão forma opiniões, diverte e informa. Assistem televisão todos os tipos de pessoas e classes sociais. Solitários, casais, jovens, adolescentes e, por vezes, até crianças que deveriam estar na cama (mas hoje nem sempre dormem cedo).

  No início do programa, o médico defendeu seu ponto de vista como católico carismático. Estava muito tenso e nervoso. O espiritualista defendeu o seu ponto de vista. E começa a discussão acalorada. Sem chegar no mérito dos bastidores, da pauta do programa, falo do que consegui sentir a respeito.

 Havia uma psicoterapeuta que trabalhava com a terapia do luto. Uma mulher informada, ponderada, uma profissional competente. Tantas ideias e polemicas! Imaginei os espíritos desencarnados que poderiam estar ali para ajudar ou mesmo até para atrapalhar e trazer mais dúvidas e conflitos.Vocês pensam que os espíritos desencarnados, os espíritos de luz só se encontram em centros espíritas? Falando bonito nas sessões ou escrevendo bonito nas mensagens psicografadas? Os espíritos do Bem estão onde podem ajudar e quando é permitido ajudar ou interferir. Seja na televisão, na rua, dentro de um ônibus, num lar. Os espíritos desencarnados estão em todos os lugares. Nós somos espíritos! Admirado? Somos espíritos encarnados.( temos a matéria).  Alma- espírito+ matéria. Quando morremos a matéria se decompõe, mas o espírito continua vivendo numa determinada dimensão espíritual de acordo com sua evolução espiritual e seu merecimento. Todos precisam de um período de adaptação depois do desencarne. Você já fez alguma cirurgia? Mesmo a mais simples precisa de repouso, medicação até que o organismo cicatrize o corte e repare o órgão afetado. A morte é uma cirurgia definitiva. Todos passaremos por ela e já morremos inúmeras vezes.

 Voltando ao programa de  televisão:

Pensei em mudar de canal, ler alguma coisa ou dormir, mas continuei assistindo. 

Cada um falando sobre o que acha da morte, do luto, da perda. 
O final do programa foi brilhante porque, pelo menos aparentemente os ânimos se apaziguaram. O que será que um telespectador enlutado que assistiu o programa pensou? Será que refletiu sobre sua dor? Ficou confuso? Achou tudo uma bobagem? 

Espíritos de luz evitam polemicas sobre religião, porque elas geram conflitos desnecessários. Mas eles estavam lá para um pouquinho de luz pudesse passar para os telespectadores. Pouco se explicou sobre IMORTALIDADE, ESTADO DOS ESPÍRITOS APÓS À MORTE. No entanto, pude concluir que a dor do luto é única. O católico, o espírita, o umbandista, o evangélico, o testemunha de jeová... todos perderam ou vão perder alguém da família. Tive uma conhecida que não  tinha religião. Após à morte do marido, começou a rodar de centro em centro em busca de sentido para sua vida. Queria conversar com o marido falecido de qualquer maneira. Não conversou. Não veio mensagem. Ela encontrou consolo e sentido para sua vida através dos Testemunhas de Jeová.Sentiu calor humano, apoio e fraternidade. Mais tarde, sua vida começou a ter outro significado: ajudar as pessoas. Ia de casa em casa pregar o Evangelho. Morreu de forma tranquila aos 90 anos.

Outros após revolta e dor encontram consolo nas psicografias. Alguns em templos evangélicos. Muitos através da religião católica e por aí vai... E infelizmente alguns ficam anos e anos sofrendo e chorando. E desejando morrer para ir ao encontro do ente querido.

Qual a religião que consola mais na hora da morte? 

Não há resposta! Deus é um só em todas as religiões. A morte passa por todas as casas, assombra a todos, desespera e faz refletir!

O Espiritismo é luz consoladora porque mostra a esperança da vida pós-morte. Conheci uma senhora espírita que perdeu um filho de forma repentina. Ela sofreu o luto sim, chorou, mas não houve revolta. Eu a fiquei observando durante o velório. Estava serena e dias depois prosseguiu com seu trabalho numa casa espírita.

Conheci uma jovem viúva católica fervorosa que perdeu o marido em três meses de uma doença grave. Ela chorou, viveu o luto de todas as formas. Em nenhum momento, buscou notícias do marido ou mesmo uma psicografia. Mesmo com o passar dos dias jamais ouvi que ela desejasse notícias dele. Quando a procurei para uma visita ela me disse que estava conformada e sabia que o marido estava bem. Superar a dor do luto ninguém supera, mas a gente continua vivendo.

A verdade é uma só; a morte não existe, mas cada um tem o direito de viver sua experiência de luto da forma que melhor convier à sua evolução espiritual, ao seu preparo. 

Todas as religiões podem consolar e ajudar nesse momento tão delicado. 

Não existe religião certa ou errada. O que é verdadeiro é o Amor!

Muitas vezes quase me peguei falando sobre o estado espiritual de um desencarnado para uma mãe enlutada. Mas isso no primeiro momento. Depois, me calei. Essa mãe era católica fervorosa e acreditava fielmente que seu filho tinha ido para os braços de Deus. Por que eu teria que despertar dúvidas ? Às vezes, pensando em ajudar a gente pode ser intérprete de espíritos zombeteiros.Ou intérprete da vaidade de ser espírita ou médium. Ou mesmo achar que vai ajudar e no fim atrapalha.

Cada um tem a maturidade espiritual que vive a cada dia. Vive a sua religião da maneira que deseja.

A psicografia é um dom maravilhoso, mas delicado. A mediunidade é o correio dos espíritos, mas nem sempre a pessoa está preparada para ouvir certas coisas. E, em vez de ajudar,   você só vai atrapalhar. 

O plano espiritual está cheio de espíritos desencarnados. Evangélico também tem sua essência espiritual, umbandista, testemunha de Jeová, adventista... Assim, como a Terra, o mundo espiritual também tem lá suas diversidades religiosas.

O que importa é o consolo, a mão amiga, a união e o amor.

Evite falar sobre religião em grupo de amigos, em rodas de bar ou mesmo numa conversa descontraída. Não imponha sua doutrina religiosa a ninguém. E, se você é espírita, jamais tente provar para ninguém que espírito existe... Já tentou explicar para uma criança de 5 anos uma fórmula matemática complicada? Ela não vai entender, porque só consegue contar até o 10. 

Tudo tem sua hora e seu momento.

No entanto, não "amarele" na hora de confirmar sua religião ou sua religiosidade. Evite o medo do preconceito. Conheço algumas pessoas que evitam afirmar que são espíritas, porque são profissionais brilhantes e podem temer o preconceito. Sei que a tarefa de um profissional seja ela qual for não  tem a ver com impor seus conceitos e sua religião.

Há alguns anos, trabalhei com uma equipe multidisciplinar num pronto-socorro de saúde mental. Havia um cliente oligofrenico que estava sob tratamento psiquiátrico e psicológico. Um dia, ele chegou na terapia muito confuso e falando sobre uma vizinha amiga. Ela era espírita e estava lhe passando novidades sobre espíritos, morte. Percebi o quanto ele queria saber mais . Essa vizinha estava bem intencionada mas não podia sequer prever o alcance das suas palavras. Ele era um jovem que já havia tentado suicídio e merecia muita atenção e cuidados. Procurei conversar muito com ele suavizando seus questionamentos. Ele decidiu ir a uma casa espírita para tomar passes.

Dias depois fui chamada na sala do psiquiatra. Ele me olhou muito sério e mostrou o prontuário do paciente. E perguntou:

"- A senhora tem conversado com o paciente sobre religião? Espiritismo? Sabe que não pode fazer isso"- foi mais ou menos assim que ele falou. Deu a entender que eu estava confundindo a cabeça do rapaz com conceitos espíritas. Expliquei para o psiquiatra o que estava acontecendo. Eu estava fazendo justamente o contrário. Dúvidas resolvidas ; voltei pra minha sala. Continuei  atendendo o rapaz.

Ele melhorou muito depois que começou a tomar passes na casa espírita. A psiquiatria ficou satisfeita com os seus progressos. A medicação foi amenizada. O perigo de suicídio afastado. Até hoje , esse rapaz frequenta a casa espírita.

 Seja firme e consistente, mas não insistente! Já fui abordada por vários evangélicos dizendo que estou no caminho errado. Tentando por mil e uma maneiras que eu abandone minha religião , porque Jesus só está nos templos evangélicos. E, também, já conheci várias pessoas evangélicas fortalecidas na sua fé, mas sem preconceito.

A religião não veio para separar ninguém. Ter uma religião não significa ser evoluído espiritualmente. É preciso ter espiritualidade; ter Deus no coração.

Os espíritos que tiveram morte súbita e  violenta precisam de orações. Isso vale para todas as religiões.

Os familiares enlutados precisam de paz, consolo, prece e, por vezes, até de ajuda médica e psicoterapeutica.

Há dois meses, presenteei uma parenta católica com um livro espírita, mas depois me arrependi. Ela me falou animadamente sobre suas atividades na igreja.Apesar de estar sofrendo com a dor do luto de um familiar se sentia consolada. Falou sobre o padre da paróquia da sua cidade e das conversas que os dois tinham. E, que  essas conversas foram o bálsamo que aliviou seu coração. Ela não pediu o livro. Senti vontade de presentear e ele falava de comunicação entre os espíritos encarnados e desencarnados. Bem, não sei se foi intuição ou não, mas alguns dias depois, achei que não deveria ter feito isso. Não tive mais notícias dela, mas não repetiria esse gesto mais. A ajuda espiritual , às vezes, pode ser uma prece, um sorriso, um aperto de mão.

Cada um tem seu ritmo pessoal para  viver a dor do luto e sua própria espiritualidade.

Se você quer mesmo ajudar ore por essa pessoa e ore pelo ente que se foi, principalmente se foi pelas portas do suicídio.

Jesus é o consolo de todos!

A vida é eterna! 

E as religiões sempre devem ter o objetivo de manter a paz entre as pessoas, o amor e a união!


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