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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Minha experiência de vida com as cartas de Tarô



 Desde pequena sempre fui mediúnica e já contei um pouco da minha história no blog. As cartas chegaram na minha vida aos 12 anos através de uma prima muito bonita. Só não vou declinar seu nome para a sua privacidade. Ela chegou em casa com uma revista de fotonovelas( lembram-se das fotonovelas?) e me entregou:

   - Sandra, nessa revista tem um encarte com um baralhinho. Vai gostar!- imediatamente peguei a revista e pulei as páginas. E me deparei com os 78 arcanos do Tarô( de Marselha). Era um baralho pequeno e eu o guarda até hoje. 

 Fiquei maravilhada! Em poucos dias já havia memorizado todas as cartas . Mais tarde, fui estudar em São Paulo. Fiz o  curso Objetivo pra Faculdade de Medicina. Fiquei num pensionato de moças na Av. Paulista com a Brigadeiro. O baralho foi junto e, à noite, as meninas sempre me pediam para por as cartas. Era uma festa! Elas queriam saber se iam passar no vestibular e também de amor!

  E, com o tempo, minha casa começou a encher de gente:  de manhã, de tarde e à noite.Lembro-me que minha mãe ficou muito preocupada. Temia que eu adoecesse.

 Nada cobrava, mas com o tempo pensei melhor. Por que não fazer um curso superior para agregar às cartas? O curso de Psicologia seria um fiel embasamento teórico para entender melhor a alma humana. E me sentei nos bancos da Unisal( Universidade Salesiana de Lorena).

 Não foi fácil estudar com tres filhos. Os dois meninos tinham diferença de 11 meses. 

 Lembro-me que, no meu primeiro dia de aula, levei o mais velho, Júlio César( estava com sete anos) à casa da minha sogra. As aulas começavam às dezessete horas e eu precisava pegar dois ônibus. Júlio César entrou na casa da Vó Maria com uma carinha muito triste. Afinal, durante sete anos foi o filho único e me deu uma grande sensação de culpa. Anos depois, nasceram Otávio e Renato. 

 Se não fosse o meu ex-marido, minha sogra e minha mãe jamais teria me formado, porque eles me ajudaram muito. Ficavam com as crianças enquanto eu batalhava na faculdade.

 Tivemos problemas financeiros e comecei a cobrar as consultas para ajudar nas despesas e no pagamento da faculdade.

 Tive muita sorte. Dois dias depois de formada, já consegui o primeiro emprego no pronto- socorro de saúde mental da minha cidade. Foram dois anos de muito aprendizado com uma equipe multidisciplinar. Na primeira semana veio outro convite: trabalhar numa escola em Lorena. Escolhi o pronto-socorro. 

 Depois, montei meu consultório psicológico e trabalhei como psicoterapeuta durante dez anos. Continuava com a leitura de cartas, mas era um trabalho à parte. Jamais misturei os dois campos , porque o C.R.P não aceita esse tipo de aconselhamento alternativo.

 Liberta do C.R.P pude alçar novos vôos e estudar outros campos de tratamento alternativo. Agora, continuo com as cartas de Tarô.

 Agora, mais madura sigo o meu caminho até quando Deus quiser. Quantas pessoas legais eu conheci e conheço através do Tarô! Histórias maravilhosas de tristeza, de felicidade e aprendo com cada consulente.

 A história mais curiosa foi de um homem que me procurou. A esposa ficou sentada na sala de espera. Olhei as cartas e , percebi que ele tinha uma amante. Falei sobre isso com discrição. Ele sorriu sem graça, mas concordou. No entanto, ele estava aparentemente bem com as duas. Queria saber somente sobre os negócios. Dias depois, uma mulher muito bonita apareceu no meu consultório. E, com a anamnese percebi que ela era a amante daquele senhor. 

 Meu trabalho com o Tarô não envolve conselhos ditos a esmo. Procuro ir mais fundo para entender o drama de cada um. Também não me presto a ser adivinha. Uma vez atendi uma consulente que se negou a abrir a boca. Com o passar do tempo ela acabou me confidenciando que tinha medo de Tarô. E estava me testando para ver se eu "adivinhava" o que estava acontecendo com ela. Falei que não era adivinha e que se procurava adivinhos eu talvez não fosse a pessoa apropriada.

  Moro numa cidade do interior e, por isso, a questão da ética e do sigilo não podem ser descartadas de jeito nenhum. No entanto, acham que por lidar com cartas falo pra todo mundo sobre quem vem ao meu consultório. 
 

 A história mais marcante foi de uma senhora que me procurou para saber quando poderia ver o seu esposo. Estavam separados por conta de problemas de saúde e de família. A família do homem a impedia de ver o homem. Nesse caso, o tarólogo tem que saber orientar e aconselhar. E, meus estudos de psicologia me ajudam bastante e também a Umbanda e a doutrina espírita. Aconselhei essa senhora a procurar um advogado porque só ele poderia orientá-la.

Uma vez, um psiquiatra me encaminhou um paciente esquizofrenico. Fiquei insegura, mas se ele me encaminhou esse jovem é porque confiava no meu trabalho. A consulta transcorreu tranquila.

Já atendi uma moça com síndrome do pânico e a consulta foi muito leve para que ela não tivesse uma crise dentro do meu consultório. 

Procuro explicar para as pessoas que meu trabalho é profissional e estudei longos anos. Consultas espirituais são no terreiro onde trabalho mediunicamente.

 As cartas me ajudam na concentração. Não atendo incorporada e, procuro não psicografar dentro do consultório. É um trabalho profissional como qualquer outro. Ou vocês acham que médicos, cabeleleiros, dentistas, advogados, também não são inspirados por espíritos quando no seu consultório? Um bom médico pode ser inspirado por médicos desencarnados que vão orientá-lo no diagnóstico. Em toda profissão, lá estão os espíritos ajudando as pessoas.

A intuição me ajuda bastante. No entanto, meu trabalho é muito maior do que prever o futuro, mas de aconselhamento e orientação.

E, com esse trabalho, procuro afastar o preconceito que ainda existe! Alguns clientes que me procuram desesperados não me cumprimentam na rua.(rs) No entanto, isso também acontece com psicólogos e psiquiatras. Outros atendem o telefone durante a consulta e dizem baixinho:

"- Ah, liga mais tarde! Estou num consultório médico!"- por receio de falar que estão consultando as cartas.

E não deixo de ser um pouco médica... Médica de almas!

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