Pesquisar este blog

domingo, 20 de maio de 2012

O preconceito com pessoas que lidam com Oráculos


Fui criada numa família cujo segmento religioso foi muito diversificado: catolicismo e espiritismo. A influência da minha tia avó foi muito forte em minha vida, porque era uma senhora boníssima que largou o noivo para acabar de criar os irmãos. Ficou órfã de mãe e, para ajudar seu pai , renunciou ao seu grande amor Geraldo.
 Até hoje sinto muitas saudades da tia Aurea e, guardo até hoje, um livrinho de missa que ela me presenteou. Minha netinha( não sei porquê) ficou louca pelo livrinho. E anda com ele pra cima e pra baixo.
 Ela me ensinou sobre o Catolicismo e , um dia, quis sair na procissão vestida de anjo, mas meu pai não permitiu porque era espírita.
 A influência da doutrina espírita em minha vida se deve ao meu querido pai, um exemplo de vida. Seus conselhos são lei para mim. Frequentei com ele uma casa espírita maravilhosa desde meus 12 anos. Acompanhei o trabalho fraterno da sopa para os pobres, as sessões espíritas, as sessões de materializações. Essa casa também era como se fosse minha casa. E fui lá que minha mediunidade despontou com enfoque na psicografia.
  O Tarô surgiu aos 12 anos em minha vida através da minha prima que me presenteou com o baralhinho que guardo até hoje.
   As coisas não vem por acaso em nossa vida.
   Espíritas de escol da casa espírita de Guaratinguetá vinham em meu consultório. Já estão desencarnados. Jamais me discriminiram , porque eram pessoas espiritualizadas e grandes homens. Eles não misturavam as coisas.
  TARÔ não é religião! TARÔ não tem nada a ver com a doutrina espírita. A discriminação começou de leve nessa mesma casa espírita que frequentei durante longos anos. 
 "A Sandra mistura muito! Não queremos que pensem que ela lê Tarô no centro espírita!"
 Soube disso com muita tristeza.
  Passeio pelos sites de vários médiuns sérios e, grande maioria deles, atua no campo da terapia holística. Robson Pinheiro costuma afirmar que não faz atendimentos espirituais em seu consultório, o que está muito certo. Senão aqueles espíritas radicais vão pensar que ele está cobrando por ser médium.
  Nasci assim e fui discriminada por isso. E não psicografei mais nessa casa espírita. Quase implorava para fazer parte do quadro de pessoas que falam sobre temas espíritas, porque gosto de falar, mas sempre me rejeitavam. Rejeitavam meus projetos; mesmo sendo meu pai um grande trabalhador da causa espírita. Entendi que devia me afastar, mas meus guias estão comigo e continuo psicografando. 
  E, na Umbanda, sigo trabalhando mediunicamente. Lá não me perguntam se leio Tarô, baralho, etc. 
 Talvez tivesse que ser assim ,mas alguns espíritas deviam pesquisar melhor os assuntos antes de aventurarem para julgar esse ou aquele médium.
 O que  seria "atendimento espiritual"? Seria um atendimento onde um guia pode incorporar e dar orientações. Conheço médiuns que fazem isso. Conheço uma senhora que incorpora uma cigana e cobra por isso. Ela é ruim por isso? Passam pelo seu consultório pessoas sofridas, desesperadas e a cigana ajuda. Como posso julgar ou rotular?
 Qualquer profissional pode receber ajuda espiritual do Alto através da intuição até mesmo os médicos.i
  Meus atendimentos tem a ver com a experiencia profissional adquirida através de seis longos anos de estudos  e grandes provações. Atuei como psicoterapeuta durante longos anos e também no Pronto Socorro de Saúde Mental dessa mesma casa espírita. Muito aprendi com a Psicologia, mas a Psicologia também precisa aprender mais, investigar novas  formas de tratamento. Fui cautelosa e jamais li tarô para clientes de terapia.
  Agora, somente lido com Oráculos. Se eu preciso deles para a consulta? Não, mas  o Tarô é pura psicologia. Trata-se de um instrumento sábio que fala muito sobre o inconsciente do consulente.
   Jamais li cartas de Tarô numa casa espírita e jamais faria isso. Quem falou isso não me conhece e nada sabe sobre mim.
  Sei também que devemos informar as pessoas sobre Espiritualidade. 
  E que ter uma religião não significa ter Espiritualidade ou sabedoria.
  Já chegaram a comentar com ar de censura:
 "Mas você é médium! Não pode cobrar pelo Tarô!"
  Por que não? Exerço a mediunidade no terreiro que frequento. E, lá o regimento é muito sério mesmo. Ninguém cobra por nada e nem pode cobrar. Não comungo com atendimentos espirituais mediúnicos cobrados. Isto porque, sem espíritos não tem ATENDIMENTO. Como você pode cobrar por algo tão espiritual? E se o mentor não vier? Você devolve o dinheiro? Mas existem casos e casos. E não devo julgar porque onde mora o preconceito mora a espiritualidade trevosa.
  Sinto muitas saudades do Dr. Ranieri, Sr. Júlio Vieira, ambos desencarnados e amigos do meu pai que jamais me impediram de exercer minha mediunidade na casa espírita por conta das leituras de tarô. Eram espíritas de escol e olham por mim e por essa casa espírita.
  Só fico triste, porque frequentei a casa durante longos anos desde criancinha.
 Mas a vida é assim.
  O Tarô foi estudado por Jung, por vários ocultistas de renome.
  TARÔ NÃO FAZ PARTE DA RELIGIÃO! Era inclusive um jogo de cartas onde as pessoas se divirtiam na Europa.
  Médium é médium; na sua casa, no consultório ( se for um profissional de saúde), na rua, com a família. Médium não é santo e nem tem receita pronta para os problemas da Humanidade.O médium erra, acerta, chora, ri e adoece. Médium é gente!
  Mas merecemos respeito e entendimento, porque ao ler um texto do grande médium Robson Pinheiro "médium é mais sensível". Sensibilidade aguçada não pode envolver orgulho, melindre acentuado, mas também não admito preconceito.
 Minhas cartas de Tarô tem ajudado muita gente e também tem me ajudado. Porque aprendo com cada pessoa que vem ao meu consultório.
 Cada coisa em seu lugar. Quem mistura tudo é a pessoa que radicaliza, julga e discrimina.
 Tanta gente vem em meu consultório e diz:
 "Olha, ninguém pode saber que venho aqui, porque frequento a Igreja e a Canção Nova."
 "Quero ler cartas, mas a Igreja não permite. Como eu faço?"
  Viva sua religião de acordo com seus princípios. O Tarô nada tem a ver com as trevas ou mesmo o Diabo. Aliás, o Diabo nem existe e se ele existe ri muito com o medo das pessoas fanáticas.
 Todas as religiões devem respeito às pessoas que lidam com Cartas , com gente, com a dor humana. 
 Charlatões existem em todos os credos, profissões e religiões.
 Chega de preconceito!
 Não julguem os médiuns!
 Alguns espíritas tem dificuldade de lidar com dinheiro. O dinheiro não é sujo; o dinheiro serve para suprir nossas necessidades. Li no site de uma médium espírita que ela estava sendo criticada por cobrar pelos worshops onde dava cursos.
 Gente, o mundo está cheio de dor! Nós queremos alívio para nossas dores!
 Agora, aquele que se utiliza do seu conhecimento, da sua profissão , da sua mediunidade para enganar os outros, ludibriar, ou mesmo que pensa somente nos seus lucros, não é um verdadeiro profissional. Isso vale para médicos, psicólogos, dentistas, tarólogos, psicólogos holísticos. Existe a ética. O que aprendemos com a espiritualidade deve ser utilizado.
 Alguém me perguntou no consultório:
"A senhora não vai falar para os outros que estive aqui, não é?"
 Uma coisa que aprendi muito bem na faculdade foi a ética e o respeito ao ser humano.
  Quem mistura tudo é aquele que não sabe e pensa que sabe.
 Nós precisamos uns dos outros . Precisamos dos agentes ambientais, dos funcionários domésticos, do balconista, do porteiro, do médico, do dentista, do médium, do terapeuta.Estamos no mundo para aprender e evoluir.
 Aquele que faz do orgulho e da febre por dinheiro jamais vencerá em sua profissão.
 Aquele que deixa de atender um pobre coitado porque não tem dinheiro para pagar a consulta sentirá os efeitos em sua própria vida.
 Mas os profissionais precisam ser vistos como profissionais. Nós temos contas para pagar, família para sustentar. 
 A ética , a fraternidade e o profissionalismo são meus guias. A Umbanda e a Doutrina Espírita são meus amores!
 E o Tarô é minha herança do passado encarnatório.
 Cartas mágicas lindas de sabedoria!
 Eu gosto e respeito todas as crenças, porque o que importa mesmo é Jesus e ele está em todos os corações!

Um comentário: